O comércio exterior brasileiro entrou em 2025 com um movimento incomum e estratégico: mesmo diante da valorização do real e da desaceleração das vendas para os Estados Unidos, historicamente seu principal destino de exportação, o Brasil conquistou um desempenho recorde no mercado canadense. O resultado mais expressivo desse avanço é o superávit acumulado de US$ 2,7 bilhões, registrado ao longo dos três primeiros trimestres do ano.
Leia Também:
Orientações para o Preenchimento de Documentos de Importação na Reforma Tributária de 2026
Aprovação de Contas e Distribuição de Lucros: o que Toda Empresa Precisa Saber Para não ter Problemas Fiscais e Societários
Substituição de Mercadoria Importada com Defeito: como Funciona, Onde Começam os Desafios e o que o Importador Precisa Saber para Evitar Prejuízos
Os dados fazem parte do Quick Trade Facts (QTF), relatório trimestral produzido pela Câmara de Comércio Brasil–Canadá (CCBC), que monitora periodicamente a evolução das transações bilaterais. O documento confirma que, de janeiro a setembro, o comércio entre os dois países somou US$ 5,08 bilhões, o que representa um crescimento de 14% em comparação com igual período de 2024.
No mesmo intervalo, as importações brasileiras de produtos canadenses também avançaram, alcançando US$ 2,36 bilhões, alta acumulada de 7%. Apesar disso, o ritmo de expansão das exportações brasileiras superou o das compras externas, gerando o maior superávit da série recente.
Um crescimento que desafia a lógica cambial
A valorização gradual do real frente ao dólar canadense ao longo de 2025 chamou a atenção dos analistas da CCBC. Em situações normais, esse cenário costuma reduzir a competitividade internacional dos produtos brasileiros, já que eles ficam mais caros para o importador estrangeiro. Entretanto, o que ocorreu no mercado canadense foi o oposto: as exportações avançaram mesmo com o câmbio menos favorável.
Segundo especialistas, esse comportamento atípico é um sinal de reposicionamento do Brasil dentro da economia canadense, que tem buscado diversificar fornecedores e ampliar a presença de produtos de maior valor agregado. Para o Brasil, trata-se de um movimento estratégico, especialmente diante da retração observada nas vendas para os Estados Unidos ao longo do ano.
Entre os produtos que puxaram o crescimento estão ouro em forma bruta, café, carne suína, além de itens do setor mineral e da indústria de transformação. O desempenho desses segmentos foi determinante para elevar a participação brasileira nas importações totais do Canadá, que passou de 1,7% para 2% em 2025.
Embora a diferença percentual pareça pequena, ela representa uma mudança estrutural importante: o Brasil ampliou seu espaço em um dos mercados mais estáveis, exigentes e competitivos do mundo.
Oportunidades crescentes para exportadores brasileiros
O avanço nas exportações brasileiras para o Canadá não é resultado apenas da conjuntura favorável. Um processo de consolidação já vinha ocorrendo desde 2023, com empresas brasileiras ampliando sua presença não apenas em setores tradicionais, mas também em nichos específicos do mercado canadense.
Entre os fatores que contribuíram para esse salto, destacam-se:
• Diversificação do portfólio exportado, com maior participação de produtos semimanufaturados e industrializados;
• Abertura de novos canais comerciais, especialmente em segmentos como alimentos, energia e mineração;
• Fortalecimento de acordos institucionais e parcerias bilaterais;
• Crescimento da demanda canadense por insumos estratégicos, onde o Brasil desponta como fornecedor competitivo.
Esse conjunto de elementos cria um ambiente propício para empresas brasileiras que desejam expandir seus destinos de exportação. Para muitas delas, o Canadá passou a representar não apenas uma alternativa à redução das vendas para outros países, mas um mercado potencialmente mais estável e receptivo.
Competitividade sustentada por qualidade e confiança
Para os analistas da CCBC, o avanço das exportações brasileiras ao Canadá em um período de real valorizado só é possível porque os produtos nacionais ganharam importância por atributos que vão além do preço: qualidade, regularidade de fornecimento, certificações internacionais e diversidade de oferta.
O Brasil tem se beneficiado também de um ambiente canadense que valoriza fornecedores confiáveis e sustentáveis, especialmente em setores sensíveis como alimentos, minerais e insumos industriais. Dessa forma, o país vem ocupando gradualmente um espaço que antes estava distribuído entre diversos concorrentes.
Outro aspecto relevante é que, enquanto muitos países enfrentam gargalos logísticos ou restrições produtivas, o Brasil conseguiu manter fluxos constantes de exportação durante 2024 e 2025, garantindo previsibilidade aos importadores canadenses.
O Canadá como rota estratégica no comércio exterior brasileiro
A corrida por novos mercados se intensificou após a queda das exportações para os Estados Unidos, que ao longo de décadas foi o principal cliente do Brasil. Diversos fatores, entre eles, mudanças regulatórias, questões internas do mercado americano e oscilações cambiais, diminuíram a participação dos produtos brasileiros naquele país.
Nesse cenário, o desempenho no Canadá se destaca como um contraponto relevante e estratégico. Os números de 2025 sugerem que o país está se consolidando como uma rota importante para empresas que buscam:
• Estabilidade de demanda;
• Ambiente regulatório previsível;
• Negócios de médio e longo prazo;
• Valorização de produtos sustentáveis e de qualidade superior.
Com a ampliação da participação brasileira nas importações canadenses e o avanço do superávit, o comércio bilateral começa a ganhar nova dimensão, podendo abrir portas para investimentos, acordos e novas frentes de cooperação.
O que esse movimento representa para empresas brasileiras
Para empresas exportadoras ou que planejam entrar no comércio exterior, entender o comportamento dos mercados parceiros é essencial. O caso Canadá é um exemplo claro de como um país pode se tornar estratégico mesmo em um cenário cambial adverso.
O crescimento observado em 2025 indica que há oportunidades reais e crescentes. Isso inclui:
• Expansão de linhas de produtos exportáveis;
• Entrada em segmentos com demanda em alta no Canadá;
• Busca por certificações que facilitem o acesso ao mercado canadense;
• Acompanhamento constante das mudanças regulatórias bilaterais.
O Canadá se mostra como uma alternativa sólida para quem busca diversificar destinos e reduzir riscos concentrados em poucos parceiros externos. Para alcançar esse movimento com segurança, informação atualizada e compreensão da legislação internacional são requisitos fundamentais.
A atuação internacional exige precisão, atualização constante e segurança técnica, e todo esse ecossistema está reunido em um único lugar. A Econet oferece ao profissional de comércio exterior um ambiente completo com soluções práticas, legislação atualizada diariamente, ferramentas exclusivas de análise, monitoramento e interpretação das normas internacionais, além de acesso ilimitado a especialistas que esclarecem dúvidas em tempo real.
Aproveite a expertise construída ao longo de 23 anos e fortaleça suas operações globais com base segura, confiável e atual. Explore o portal em www.econeteditora.com.br, solicite uma demonstração personalizada ou fale diretamente com nossa equipe pelo WhatsApp. Sua estratégia de comércio exterior começa com informação de excelência.
